sexta-feira, 29 de novembro de 2013

A GENEROSIDADE PAULISTANA

São Paulo é uma cidade magnífica: grandiosa, exagerada, frenética, fria, cinza, cruel, com muitas oportunidades e onde só os fortes sobrevivem.

O seu cotidiano faz com que as pessoas se afastem , vivendo cada uma em seu mundo e seus problemas.

Como diria o poeta "Não existe amos em SP".

Mas nesse final de semana, durante a minha incursão à capital paulista, vi que ainda existe generosidade que brota no meio do duro concreto da cidade.

Uma pequena demonstração de desprendimento das coisas materiais, perdida em meio à crueza do dia a dia e que passa despercebida pela maioria das pessoas.

Estava lá, esquecida e luminosa nos degraus do ônibus.


Detalhe: eu saí por outra porta.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

LET'S TALK ABOUT: POLÍTICA

Todo o oba oba envolvendo a prisão dos políticos do "mensalão", o evento considerado histórico no país, bem como as expectativas de que novos tempos se avizinham, de uma política mais limpa e realmente comprometida com seus fins, essas coisas todas só me faz pensar em uma coisa:

Balela.

Balela pura.

Conversa para boi dormir.

Como dizem: jogaram para a galera.

Um "cala a boca" geral, pegando os envolvidos para cristo daqueles que praticam desmandos no poder.

Não sou defensor de nenhum partido ou de político, tenho verdadeira aversão a sindicatos e dessas entidades organizadas criadas com a finalidade de defender certas causas.

Para mim, todos são, de um jeito ou de outro, oportunistas interessados unicamente em seus interesses particulares.

O que mais me incomoda nesse processo todo,é o sentimento de que a bandalheira é exclusiva de um único partido político.

Na verdade, a bandalheira é na política, jogo sujo e imoral, validado pelos cordeiros eleitores. Vide os Calheiros, Sarneys, Collors, Magalhães e tantos outros sobrenomes de próceres famílias que, de fato, tem os seus patrimônios engordados à medida que a população em geral míngua sem médico, sem escola, sem serviços básicos. Mas isso é só uma coincidência, não é?

Sinto que no final, vamos ficar por isso mesmo e que outros políticos igualmente acusados de corrupção e que estão por aí soltos, continuarão livres e eleitos, já que a mácula da roubalheira não lhes cabe.

Outro ponto que não consigo entender é porque estão buscando apenas os culpados, sem se importarem com a coisa pública, que foi devidamente expropriada por aqueles que dela se locupletaram.

Ninguém fala em devolverem os milhões desviados.

O que para mim, em ignorância, deixa claro que a preocupação é uma só: política. De uma decisão do preposto em aplicar a lei que lá está por motivos predominantemente políticos.

Em que pese a relevância do fato, o casuísmo dá forte nota nesse ponto.

E os ignorantes dormirão felizes e sentindo-se protegidos por mais um que no fim das contas preocupa-se com seus mesquinhos e pessoais interesses.

No fundo, no fundo continuamos na mesma lama, sem futuro.

E tenho dito.

domingo, 17 de novembro de 2013

VISITA VIRTUAL À DISNEYLANDIA

Na verdade, na verdade não vejo a menor graça na Disneylândia. Mas por comparação, pelo fato de provocar os sentimentos mais abestalhativos nas pessoas, foi quase a mesma coisa que senti quando vi isso.


O museu da Honda oferece uma visita virtual via google maps, onde conseguimos ver, juntos vários carros que fizeram história no automobilismo: Williams de Piquet e Mansell, as McLarens de Senna, Jordan de Barrichelo e muitos outros carros.

Como tenho medo de furacão, terremotos e tsunamis, provavelmente nunca irei ao Japão, então fica a dica.

Aproveitando, tem também um Museu em homenagem a Juan Manuel Fangio, que também permite visitas virtuais.

Nesse caso, a minha frustração foi quando fui à Buenos Aires achando que Balcarce era o nome de um bairro, mas na verdade é uma cidade que fica a uns 400 Kms da capital. Como sou uma pessoa muito bem organizada e planejadora, descobri isso já lá....

Também lá tem carros históricos, como a Mercedes flexa de prata W196 Streamliner, uma das coisas mais lindas construídas para corridas em todos os tempos...


quarta-feira, 13 de novembro de 2013

LET'S TALK ABOUT: FORMULA 1: CARROS PÍFIOS, DESEMPENHO LINDO

Ou: assim deve ser o bico de uma carro de Fórmula 1 em 2014.

Quando pensava que a criatividade humana para criar horribilidades automobilísticas tinha chegado ao ápice com os degraus nos carros de Formula 1, eis que surge, no site da Autosport um primeiro entendimento do regulamento do ano que vem e os caras deduziram que teremos de ver durante todo o campeonato alguma coisa parecida com isso aí debaixo....


Tudo bem a Fórmula 1 é um esporte predominantemente masculino, mas acho exagerada essa necessidade de afirmação.

Tomara que eles estejam errados...

Vi no blog: http://www.joseinacio.com/

Atualizando: parece que o carro tá fazendo assim


sábado, 9 de novembro de 2013

LET'S TALK ABOUT: CINEMA - O ENIGMA DE KASPAR HAUSER

SINOPSE

Um rapaz esfarrapado é encontrado em Nuremberg, em 1828. Ele só sabe falar a palavra "cavalo" e tem nas mãos uma carta explicando sua história: tinha 16 anos e vivera até então num porão, nada conhecendo do mundo exterior. Recolhido pela prefeitura local e exposto com curiosidade, foi finalmente adotado por um homem rico que o ensinou a ler e escrever, mas nunca solucionou seu mistério. Seria ele um herdeiro nobre rejeitado, uma criança roubada, um impostor ou um louco?
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Quando ganhei esse filme de meu irmão já tinha passado pelas aulas de sociologia na faculdade, logo o assisti livre do contexto acadêmico, o que me permitiu, de alguma forma, tirar minhas próprias impressões.

É um filme pesado e arrastado, diferente dos padrões hollywoodianos.

Achei o filme perturbador, pois foi talvez a primeira vez onde percebi que não existe uma verdade absoluta. Passou a fazer sentido o ditado de que a "realidade está nos olhos de quem a vê".

De como é retratada a crueldade da religião e da ciência, na forma impositiva de fazerem valer suas idéias, negando e desqualificando brutalmente qualquer coisa que venha em sentido contrário. Ou seja: é tudo a mesma coisa, só que com um verniz diferente.

Que Mozart é o melhor meio de expressar o que alma sente desde sempre, seja tocando ou ouvindo.

E a vida. A soma de todas as escolhas e oportunidades que só a morte liberta...



FICHA TÉCNICA


Gênero: Drama
Direção: Werner Herzog
Elenco: Brigitte Mira, Elis Pilgrim, Enno Patalas, Gloria Doer, Hans Musau, Henry Van Luck, Michael Kroecher, Volker Prechtel, Walter Ladengast, Willy Semmelrogge
Duração: 101 min.
Ano: 1974
País: Alemanha
Cor: Colorido

Fonte:

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

LET'S TALK ABOUT: FÓRMULA 1 - CARROS LINDOS, DESEMPENHO PÍFIO - PARTE 3

Hoje vou falar sobre o modelo M16 que a equipe Spyker utilizou para a temporada 2006.


Foi assim, como ver o maaaaaaaar......

Esse carro não tem nada de especial: nem é tão lindo assim, apesar do esquema de cores ser bem interessante. Só o desempenho que foi pífio mesmo.

Não tinha pilotos interessantes, muito pelo contrário, e ainda viviam uma guerra fratricida nos bastidores da equipe.

Esportivamente o seu maior mérito é de ser a equipe sucessora da fugaz Midland que sucedeu a simpática Jordan.


O que o faz merecedor de estar frequentando esse valioso espaço é o fato de ter sido o primeiro carro de fórmula 1 que vi ao vivo em minha vida, naquele já distante 21 de outubro de 2006 às 11 horas da manhã, mais ou menos, saindo dos boxes e rasgando a reta oposta do circuito de Interlagos, pilotado por.. por.....por..... sei lá, se foi o Tiago Monteiro, Chistija Albers, Saddam Houssein ou Lessie, o que importa foi ouvir a sinfonia suave do V8 da Toyota naquela volta de aquecimento.


EPILOGO

A Spyker virou Force India que atualmente vem fazendo um trabalho decente.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

O IMPORTANTE É TER HISTÓRIAS PARA CONTAR - PARTE 8

Ou mais um motivo para justificar o porque parei de beber.

Ou o mais um dia em que quase morri. ou

O dia em quase virei santo.

...Para começar, tudo o que vou contar é a pura verdade ou mais ou menos isso, bem como toda a história que eu contei aqui até agora.

Dizem que para o cara virar santo tem de acontecer três milagres. Nesse dia foram dois.

Isso aconteceu lá pelo ano de 1990 ou 91, e era um final de semana prolongado onde íamos passá-lo na praia com a família. O feriado caiu na sexta feira, e marcamos, eu e um amigo para encontrar umas meninas lá na quinta feira,véspera do feriado portanto, para aproveitar que não teria ninguém em casa e aproveitar que não teria ninguém em casa.

Naquela época, para um evento dessa magnitude, bastava um violão, água, bebida e qualquer coisa para comer.

Não que eu soubesse tocar, mas depois da terceira, qualquer coisa que saísse era música da melhor qualidade.

Foi tudo organizado para acontecer conforme as expectativa: o violão, uma garrafa de vodca, água mineral e sanduíche misto no pão de forma (aquele em que a gente fazia o sanduíche e arrumava de volta para a embalagem).

Tudo certo, combinado com as garotas, vamos à la playa, de ônibus, que levava uma hora para passar no ponto e duas para chegar lá.

Todo mundo animado, lépido e fagueiro, arrumamos a casa, nos arrumamos e ficamos a esperar as garotas.

Deu seis, deu sete, deu oito horas da noite e nada das meninas chegarem. Como nessa época não havia celular nem internet, ficamos naquela agonia de esperar para rolar a festa, como diria aquela poetisa.

Lá para tantas, percebemos que deu chabu o esquema e como não havia muita coisa para fazer, fomos para praia prestigiar aquela vodca adquirida com muito sacrifício.

Encostamos numa barraca, começamos a beber, tocar o violão e filosofar sobre como resolveríamos os problemas do mundo.

Chega uma hora em que deu vontade de "ir ao banheiro", e eu vou atender o chamado da natureza lá mesmo, na parede lateral da referida barraca.

A parede na verdade era o balcão da barraca: uma tábua apoiada por hastes de madeira na vertical. Uma coisa rústica artesanal e que devido as irregularidades das hastes deixavam frestas, espaços entre si.

Já possuído pelos espíritos russos tive a sagaz ideia de testar a minha habilidade acertando nessas frestas.

Estava eu animado me aliviando, pois apesar do estado ainda estava com a coordenação motora não muito afetada.

Só que a alegria não durou muito...mal tinha começado comecei a ouvir barulhos vindo de dentro da barraca e gritei pro meu amigo: bróder, tem gente aqui dentro!!!!!!!!!

Percebi imediatamente que tinha acabado de fazer besteira das universalmente gigantes, não deu nem tempo de arrumar a calça quando saíram da barraca dois "armários" e o primeiro milagre aconteceu: fiquei curado do efeito do álcool imediatamente e tentei argumentar e me desculpar do ocorrido. 

Acho que os caras perceberam o meu estado, pelo suave bafo de escapamento de carro a álcool que exalava a cada pedido de desculpas.

Meu amigo veio de lá cheio de argumento também quando um dos caras mostra a cabeça: eu tinha acabado de mijar na cabeça do cidadão que devia estar dormindo dentro da barraca para de manhã cedo abrir a trabalhar e um filhinho de papai, cachaceiro fdp veio atrapalhar o descanso dele.

Quando os caras voltaram para a barraca, o segundo milagre: percebi que um deles estava com uma faca....

sábado, 2 de novembro de 2013

PARA QUE SERVE UM BEBEDOURO

Existe uma cidade no interior da Bahia, chamada Valença, que fica a uns cento e poucos quilômetros de Salvador.

Valença é uma cidade turística. Valença tem lindas praias. Valença tem um centro horrível. Valença tem muito ladrão e traficante.

Enfim, Valença é uma cidade que podemos chamar de grande, se consideramos as características aqui citadas.

Uma coisa que eu desconhecia é que a população de Valença muito higiênica e asseada. Principalmente com a limpeza dos pés.

Tão asseada, que pratica sua higiene em qualquer lugar: em casa, na praça, na escola, em qualquer lugar.

Só não pode na rodoviária da cidade.

Na rodoviária da cidade não tem banheiro.

Na rodoviária da cidade só tem um bebedouro.

Na rodoviária da cidade é terminantemente proibido lavar os pés, lavar as mãos e lavar o rosto.


Quem mora na cidade não frequenta a rodoviária.