terça-feira, 5 de novembro de 2013

O IMPORTANTE É TER HISTÓRIAS PARA CONTAR - PARTE 8

Ou mais um motivo para justificar o porque parei de beber.

Ou o mais um dia em que quase morri. ou

O dia em quase virei santo.

...Para começar, tudo o que vou contar é a pura verdade ou mais ou menos isso, bem como toda a história que eu contei aqui até agora.

Dizem que para o cara virar santo tem de acontecer três milagres. Nesse dia foram dois.

Isso aconteceu lá pelo ano de 1990 ou 91, e era um final de semana prolongado onde íamos passá-lo na praia com a família. O feriado caiu na sexta feira, e marcamos, eu e um amigo para encontrar umas meninas lá na quinta feira,véspera do feriado portanto, para aproveitar que não teria ninguém em casa e aproveitar que não teria ninguém em casa.

Naquela época, para um evento dessa magnitude, bastava um violão, água, bebida e qualquer coisa para comer.

Não que eu soubesse tocar, mas depois da terceira, qualquer coisa que saísse era música da melhor qualidade.

Foi tudo organizado para acontecer conforme as expectativa: o violão, uma garrafa de vodca, água mineral e sanduíche misto no pão de forma (aquele em que a gente fazia o sanduíche e arrumava de volta para a embalagem).

Tudo certo, combinado com as garotas, vamos à la playa, de ônibus, que levava uma hora para passar no ponto e duas para chegar lá.

Todo mundo animado, lépido e fagueiro, arrumamos a casa, nos arrumamos e ficamos a esperar as garotas.

Deu seis, deu sete, deu oito horas da noite e nada das meninas chegarem. Como nessa época não havia celular nem internet, ficamos naquela agonia de esperar para rolar a festa, como diria aquela poetisa.

Lá para tantas, percebemos que deu chabu o esquema e como não havia muita coisa para fazer, fomos para praia prestigiar aquela vodca adquirida com muito sacrifício.

Encostamos numa barraca, começamos a beber, tocar o violão e filosofar sobre como resolveríamos os problemas do mundo.

Chega uma hora em que deu vontade de "ir ao banheiro", e eu vou atender o chamado da natureza lá mesmo, na parede lateral da referida barraca.

A parede na verdade era o balcão da barraca: uma tábua apoiada por hastes de madeira na vertical. Uma coisa rústica artesanal e que devido as irregularidades das hastes deixavam frestas, espaços entre si.

Já possuído pelos espíritos russos tive a sagaz ideia de testar a minha habilidade acertando nessas frestas.

Estava eu animado me aliviando, pois apesar do estado ainda estava com a coordenação motora não muito afetada.

Só que a alegria não durou muito...mal tinha começado comecei a ouvir barulhos vindo de dentro da barraca e gritei pro meu amigo: bróder, tem gente aqui dentro!!!!!!!!!

Percebi imediatamente que tinha acabado de fazer besteira das universalmente gigantes, não deu nem tempo de arrumar a calça quando saíram da barraca dois "armários" e o primeiro milagre aconteceu: fiquei curado do efeito do álcool imediatamente e tentei argumentar e me desculpar do ocorrido. 

Acho que os caras perceberam o meu estado, pelo suave bafo de escapamento de carro a álcool que exalava a cada pedido de desculpas.

Meu amigo veio de lá cheio de argumento também quando um dos caras mostra a cabeça: eu tinha acabado de mijar na cabeça do cidadão que devia estar dormindo dentro da barraca para de manhã cedo abrir a trabalhar e um filhinho de papai, cachaceiro fdp veio atrapalhar o descanso dele.

Quando os caras voltaram para a barraca, o segundo milagre: percebi que um deles estava com uma faca....

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